domingo, 19 de setembro de 2010

Be heaven.



O amor não se define nem é provado com palavras ou algo parecido. Às vezes os mínimos detalhes são os que fazem toda diferença. O jeito de olhar, conversar, chamar, a forma de sorrir, o jeito de se expressar...
Amor é dar valor as coisas mais simples entre dois.
É roubar um beijo sem se esperar, é ser o ultimo a se soltar em um abraço,é se preocupar com a pessoa mesmo ela não precisando de tanta atenção, e perguntar várias vezes se ela está bem, sabendo que ela nao está.
E no final dar um abraço apertado e dizer: eu sei que você não está, mas eu vou fazer com que tudo fique bem, eu prometo.
É fazer planos olhando nos olhos, e dar certeza mesmo nao tendo de que vão ficar para sempre juntos.
É fazer que um pequeno encontro torne-se inesquecível. Mandar uma mensagem de boa noite,ou sentir um arrepio percorrer por toda a espinha ao ouvir o barulhinho da mensagem do outro chegando.
É quando a pessoa não estiver bem e colocar ela sobre seu colo e fazer carinho até que ela te diga: "obrigado por cuidar de mim."
É dizer: "eu te amo apesar de tudo", quando estão brigados. Deixar o orgulho de lado. É ligar para pessoa e falar que só ligou para ouvir aquela voz. A voz que acalma e traz paz.
É deixar de fazer algo só para poder dar um abraço naquela pessoa, e se importar tanto a ponto de fazê-la sentir-se a pessoa mais importante
do mundo. É abrir mão de muitas coisas pra que você consiga realmente fazer com que a pessoa confie em você.
Às vezes um olhar ou um sorriso, diz mais do que mil "te amos", às vezes fazer algo especial e deixar a pessoa surpresa para que veja que é realmente importante.
E sempre tomar uma atitude ao invés de usar palavras!
O amor é tão lindo, é a coisa mais pura existente dentro do ser humano, cultive-o, alimente-o, porque apenas o famoso "eu te amo"
não vai provar, nem fazer com que tudo dê certo.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Love the way you lie.



Caia a noite. Ela ainda não chegara. Depois dos presentes das supostas amigas, das ligações tão restritas e baixas, e essas demoras que me atordoam a mente... Faz-me achar que tudo foi uma grande mentira. Deus! Será que estou enlouquecendo no final de um amor insano?
Canso de percorrer a casa, desde a cozinha, com o jantar posto à mesa até o nosso quarto. Em tudo há um pedaço dessa miserável mulher que me fincou as unhas no coração e durante todo esse tempo teve-me por inteiro e tão pouco se entregara a mim. Não queria apenas as medidas perfeitas do seu corpo sobre o meu e seus longos cabelos negros, queria ter-lhe a alma, o coração.
O relógio marca agora 23:30 horas e o jantar esfriara. A chave do carro firme em minha mão faz-se barulhenta com tantos chaveiros em atrito e o silêncio que me agoniza.
Vou até a janela que vista para a rua, observo. Vejo um carro parecido com o de Clarissa aproximar-se de casa. Era ela! Uma onda de felicidade inconstante atinge meu interior, ao mesmo tempo, sinto algo vazio e frio congelar-me por inteiro. Encobrindo o que outrora era límpido, e penso nas possibilidades de loucuras que faria com minha mulher se essa estiver realmente me traindo.
Minhas mãos correm pelos fios do meu cabelo, já desorganizado por tanta ansiedade. Mas, logo percebe que devo aparentar como um homem tranquilo, lá vem ela. Jogo a chave que segurava em cima do sofá branco que Clarissa escolhera para a decoração. Definitivamente, tudo tinha um pedaço dela! A porta a frente se abre. Parecia-me cansada.
- Onde estava?
Dois olhos azuis estalam-se em minha direção, imerso em um mar de confusões, sinto Clarissa repudiar minhas palavras com o olhar.
- Como assim onde estava? No trabalho, oras! Avisei-lhe que hoje sairia mais tarde, Conrado! Agora, por favor, só me deixe ir para o quarto.
Não podia acreditar. Ela estaria mentindo para mim tão descaradamente?Uma grande dúvida surge. Não poderia mais confiar em Clarissa.
Sento-me no sofá, tiro ali mesmo meus sapatos e meias. Queria falar com ela, tocar-la, esclarecer esse sentimento que há dias não me deixava dormir em paz.
Subo as escadas na espectativa de poder encontrá-la ainda acordada.
Frente ao quarto, hesito parado à porta. Abro-na enfim. Vejo Clarissa dormindo com a camisola que lhe dera. Era azul e de seda. Os cabelos escuros tão espalhadas pelas almofadas claras, contrastava sua beleza.Aquele corpo tão convidativoguardando o lugar ao lado que me pertencia.
Deito-me vagarosamente para não despertá-la, mesmo que essa fosse a minha maior vontade. Assim como a vontade que me tortura afim de arrancar-lheos pedaços da pele com meus dentes e fazer-lhe confessar toda essa traição! Mas a maciez da sua pele tão clara e alva não me pertia tão crueldade. Ao mesmo tempo, perdia minha sensatez de homem e fazia-me sentir dominado pelo ódio de amá-la tanto para deixá-la ir. Ah! isso doia-me o corpo todo, doía-me a alma. Não poderia perdê-la...
Passaram-se as horas rapidamente e sinto os primeiros raios de luz adentrarem nosso quarto. Os olhos dela abrem-se e me encaram docemente.
- Bom dia, amor.
Disse-me Clarissa, logo após de abrir os olhos e ver-me fitando-a tão seriamente.
- Oi, Clarissa.
- Tenho que me levantar logo, hoje é dia de trabalhar muito novamente.
- Você não vai.
- O quê?
Ela hesitou por um instante.
- Não vai trabalhar, eu disse.
- Olha, eu não sei qual é a sua frustração, mas eu tenho um compromisso a cumprir, Conrado. Chega dessa loucura! É muito pra mim!
E levantou-se aos gritos. Mas de uma coisa eu estava certo: Ela não iria me enganar hoje. Irei espionar-lhe!
Após Clarissa sair, espero um tempo e vou atrás, seguindo seu carro até o trabalho.Estaciono distante para não perceber minha presença.
Passadas muitas horas frente ao prédio, escurece. Vejo-na sair.
Ela dirige a caminho de casa, e então passo a pensar na hipótese de Clarisse, por esse tempo todo, estar certa, ter me dito somente a verdade. Ela chega. Adentra a casa após estacionar. As luzes dos quartosacendem-se gradativamente, e então ouço meu celular tocando no banco ao meu lado. Era ela! Decido não atender, seria melhor. Passam-se quarenta minutos, no celular estão perdidas vinte e cinto chamadas de Clarissa e três mensagens perguntando-me onde estava. Ela se importava comigo. Ela estava sentindo o que eu, por dias, senti agonizando. Vi minha muilher corer várias vezes até a janela com lágrimas escorrendo por sua face. Decidi entrar.
Ao chegar, Clarissa teve um surto, jogando o telefone ao chão e correndo para os meus braços.
- Por Deus! onde estava?! Foi uma tortura isso, por horas! Você estava com outra, Conrado? Com quem estava? Eu não vou aceitar isso, olha, eu... o que você está fazendo com a gente?! Conrado!
Clarissa se afastara de mim repentinamente e seus lindos olhos azuis estavam imersos num oceano de lágrimas e vermelhos como o sangue que corria por suas veias. suas mãos tremiam desconexas e após abraçá-la senti seu coração pular em seu peito, desesperado.
- Eu estava esse tempo todo perto, te observando, meu amor. Pensei que você estava me traindo, Clarissa. Já não aguentava mais esse ciúmes!
Clarissa, então, abraçou-me como nunca, e então beijou-me a boca com devoção. Sentia as lágrimas quentes caírem de seus olhos sobre a minha face.
-Jamais, meu amor. Jamais!
Acabara-se ali qualquer dúvida de traição. Fora apenas o maldito ciúmes.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Feliz por apenas sorrir.




Do dicionário, a palavra felicidade equivale à bom êxito, sucesso. Uma vez que se encontra no estado máximo em uma escala de satisfação pessoal e particular. Muitaz vezes esse sentimento varia de acordo com a personalidade do indivíduo e em um contexto mais abrangente, é "medida" pela contentação de uma comunidade, relacionada aos pais e seus filhos, obtendo êxito em suas ações, e pelos governantes que satisfazem ou não uma determinada população.
Ao contrário da alegria, a felicidade é um estado de permanência que não passa, simplesmente,com o fim do salário mensal, ou então, após a compra milhonária de bens materiais, o sentimento que abrange a vontade de ser feliz definitivamente, como nos Contos de Fadas, é almejar um sonho, em busca de ideais que deram base à toda uma vida. Esse contentamento permanenteestá no equilíbrio entre situação mundanas e gestos de simplicidade decorrentes do dia-a-dia.
A busca desse próspero sentimento passa a ser um ciclo vicioso , que gradativa de pais para filhos. Costumam aqueles à destacar a importância que seus sucessores genéticos sejam felizes e apela-se desde uma alta quantia de dinheiro para o apego à mistificação dos santos.
Por muitas vezes não conhecerem o que realmente os deixam felizes, quando a felicidade está em passar na tão sonhada universidade opu apenas ouvir palavras de afeto nunca proferidas por seus projenitores.
Num contexto mais subordinado à um líder de uma sociedade, o governante fica responsável pela satisfação social, num nível de inferência econômico alto. A exemplificação provém dos países com alto PIB per capita e crescimento de inserção social consideravel e com nenhum contentamento dos habitantes. Em contrapartida países como a Nigéria, com um PIB per capita baixo, possui um elevado grau de felicidade dos indíviduos.
Não relaciona-se felicidade com dinheiro, este traz alegria, estado rapidamente passageiro de contentamento. E assim, dá-se força ao ditado que diz: "Dinheiro não traz felicidade.". O que cada ser humano busca é algo imutável, que o faça feliz por sonhos e espectativas alcançadas, a essência que constitui a finalidade para sua existência.

sexta-feira, 5 de março de 2010

A loucura. Loucura?




No mundo em que vivemos tudo é bruscamente rotulado é há parâmetros para cada indivíduo que vive em uma comunidade. Uma vez que nos submetemos à subordinação social, ficamos sem pensamentos e idéias próprias, perdemos a coragem de outrora e qualquer tentativa de inovação acaba sendo ridicularizada. Afinal, ser normal é ser apático num século tão cheio de imposições.
O roqueiro baiano, Raul Seixas, foi alvo de críticas, muitas delas questionavam sua sanidade. Ele impulsionou o público revolucionário da época, os jovens, principalmente, que se questionavam pelos parâmetros que lhes eram impostos. Com toda sua vitalidade e sabedoria, uma de suas frases foi: "A Arte de ser louco é jamais cometer a loucura de ser um seujeito normal".
Algo que pode ser comparado à loucura é o amor. Como todos os outros, o amor é um sentimentos humano, onde comete-se, muitas vezes, loucuras e pode-se ver a razão em tais atos. Sendo assim, é fácil concluir que por trás de toda loucura há seu motivo concreto, ou apenas seu desejo de mudanças ou invenção.
Já dizia Aristóteles: " Nunca existiu uma grande inteligencia sem uma veia de loucura." Tal frase assume registros históricos, como um dos cientistas mais aclamados até hoje, Einstein. Não só ele, como Galileu Galilei, que morreu afirmando suas idéias.
De fato, a Ciência Psicologica não pode diagnosticar a loucura como uma doença, pois de certa forma, a loucura detém a verdade da própria Psicologia,e não há sociedade que possa exigir ou impor regras para definir o que é sanidade.
A única verdade é que com opassar dos dias tentam corromper o homem e apagá-lo do seu meio, destruindo sua essência, sua imaginação, suas idéias, sua "loucura interior", de certa forma, sensata. Querem controlar tudo, mas o fato é que são todos descontrolados.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Ética Nacional: O dever do brasileiro. (Enem 2009)

Há no Brasil diversas atuações anti-éticas promovidas por grupos sociais que estão dispotos à apenas enchergar o que lhes é de puro interesse e conveniência. Por exemplo, a injustiça que atinge os povos indígenas é tanta que os mesmos são desprovidos da lei que os protege pelos direitos humanos. Não é errado sentir resignação ao presenciar uma situação anti-ética, isto é, não se deve calar e abaixar-se a cabeça para algo que avai contra os princípios morais, mais sim implementar os valores e por em ação as leis sancionadas no páis.
É fato que o modelo socio-econômico está criando além de produtores de dinheiro e dententores do poder, capitalistas selvagens, que estão dispostos à atitudes inescrupulosas para conseguir seus milhões. E isso, deveria ser de vergonha nacional. A maior parte da população seguidora dessa política socio-econômica está fundamentadana baseda destruição e morte para se criar novas indústrias e gerar-se investimentos.
Com os indígenas na Amazônia, que milagrosamente, estão preservados, porém, extintos. Estes estão perdendo suas terras, cultura e costumes dantes tidos e preservados por sanguinários milhonários que desdenham desses grupos da cultura brasileira. No entanto, não é só a Amazônia que é vítima do caos da injustiça. Essas atitudes menosprezantes estão por todo país. Como por exemplo, a corrupção que assola o governo brasileiro, em Brasília, é tanta que deixa o povo indignado e deslocado de louvor à política nacional.
Contudo, a sede por mais pessoas honestas e atitudes socias generalizada é tamanha que chega-se em um ponto crítico à se respeitar. Está na hora de nos politizarmos em busca de uma ideologia patriota w noa privar à viver com os honestos dando exclusão e repugnância aos sujos e corruptos, que insistem em levar o Brasil à imperfeição de seus desejos.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Acabou!




Nunca me conformei com o fim de nada. Por mais que eu sentisse que era a hora. Por mais que eu quisesse ou precisasse me livrar das coisas. O “acabou” sempre chega ou chegou como se eu jamais tivesse parado pra pensar nele. Cruel, terrível e doloroso além de mim.
O último dia em qualquer coisa que tenha durado tempo suficiente pra me fazer dormir sorrindo com o dia seguinte. Um emprego, um curso, uma casa, uma viagem especial, um relacionamento. O último dia do ano. Sempre tristes, sempre cheios de momentos em que eu preciso me isolar e ficar de um quase desespero catatônico. Uma vontade de sair correndo sem me mexer. Um pavor calmo e, pra quem nada entende de espasmos assustados, até sorridente. Abaixar e abrandar tudo em mim que ainda se debate pra continuar onde estava. Subindo loucos para a minha testa, todos eles. Mas quem são esses eles que sobem pra minha testa? Um mal estar em velar a vida que acabou pra poder continuar. Dez pra meia noite meus amigos já estão um pouco bêbados e os fogos começam nos lugares próximos. A rua em frente a casa está linda e o teto cheio de bexigas brancas. Meus amigos cheiram bem. Digo, por causa do banho. Eu sumo. Desapareço. E começam as piadinhas “deixa, ela é assim mesmo”. Uma coisa horrorosa me assusta e eu quero algo que não é nem a minha mãe e nem a minha cama e nem a minha casa.Ainda existe ir embora. Mas da onde? Eu sempre querendo ir embora. Mas pra onde? Quero um colo e um quente e um ombro que nunca conheci. Não é de homem, de amor, de força. O que é isso? Um enjoado que não faz passar mal. Um frio que não precisa de agasalho. Uma necessidade absurda de ir para um lugar que eu nem imagino qual seja. Uma saudade de vida inteira como se eu já tivesse vivido. Uma coisa enorme e ao mesmo tempo concentrada naquela picadinha de inseto atrás do meu joelho que incha e incomoda do tamanho do mundo. Uma angústia que estremece até aqueles cantos da gente que a gente passa batido. Uma coisa de cantos e não de peitos. Mas que acaba com o oxigênio.
Me sento em um lugar comum, sem o notar detalhadamente. Aperto meu celular. Pra quem eu quero ligar? Quem? Ninguém. Não é saudade de gente essa coisa. Não é coisa que passa de ouvir voz ou desejo ou coisas bonitas. Então passa com o quê? Chama a Lô que vai dar meia noite. Não, deixa ela. Ela é assim mesmo. É “tipo” isso que ela faz? É e não é. É saudade da família, do cara, da cachorra? Não, ela é assim. Escuto os outros e enquanto isso acontecer, não vai passar. Preciso me escutar. Mas não tenho nada pra me dizer. Só esse vão dos pensamentos. Só esse intervalo de motivos. Só a soneca merecida do carrasco que mora no centro da minha cabeça. Só o momento alienado das listas. Esse bueiro vazio embaixo da vida. Essa falha da linha embaixo do que se tem a dizer. Esse nada que caio, de vez em quando, e que também não tem nada pra me dizer a não ser que o mistério também faz parte. Assim que eu me sentir mais leve, simplesmente saio dele, sem nada concluir. Não dá pra forçar, levar um choque de voltar pra superfície. Só o que existe é enfrentar esse algo que jamais soa como algo a ser enfrentado, já que não é nada.
Coloca aí a sinfonia número 5 para eu chorar? Quando meu pai me leva, aos domingos, para ver concertos, fico torcendo pra ter essa porque ela sempre explica, de alguma maneira, o fim das coisas. Não é de morte, mas é de morrer. Entende? Coloca? Não, Lô. Ninguém tem isso aqui, tá louca? A gente vai colocar o Asa de águia. Oi? É. E eu mais uma vez me pergunto porque saio da minha casa no dia que mais tenho pânico de todos os dias do ano. Mas se eu contar pra alguém, vão me mandar pra médicos e remédios e curandeiros. Como se tivesse solução pra ter nascido. Ninguém entende nada. Então só me afasto e aperto o celular. Não quero nada e nem ninguém. Aperto apenas pra lembrar que existe, ainda, uma lista de querer dentro de mim. Que uma hora volta. Daqui a pouco eu volto e tudo volta.
A virada do ano. Estamos todos morrendo! Quero correr pela rua. E gritar. Fodeu galeraaaaaa! Estamos todos morrendo! Acabou. Ta acabando. Vai acabar. E isso é...putz, e isso é tão lindo que eu queria poder, agora, amar demais tudo e todos. Amar daquele jeito perfeito que dura um segundo e não quer nada em troca. Amar com meu caminhão da Granero. Do jeito enorme e grosseiro que sei. Mas não faço nada disso, apenas rebolo, como se eu fosse mais uma ovelha do rebanho feliz, ao som do Asa de águia. E é como se o diabo me filmasse para eu saber, pra sempre, o quanto me traio pra jamais sucumbir a minha estranheza. O quanto deixo de assustar os outros com a minha maluquice e me assusto com a maluquice dos outros em mim. Rebolo pra dar de presente ao mundo minha presença, ainda que nem eu possa senti-la nessas horas.
Acabou. O ano virou. Daqui a pouco, todos estarão tão bêbados que eu poderei ser estranha ou infeliz ou bizarra ou nula como bem entender. Talvez ir dormir, por exemplo. E poderei me libertar dessa obrigação pavorosa de estar feliz e simpática e emanando coisas boas. A ditadura da felicidade. Ano Novo é que nem o Rio de Janeiro. O Hugo Chávez da alegria. Eu quando fico estranha, quando tenho o “troço” que me dá, a última coisa que quero é um abraço. Agora imagina ficar estranha todo ano novo, a data dos abraços. Socorro.
As quatro da manhã, em meio a bexigas estouradas, gente caída, bocejos e I-pods descarregados, sinto a alegria vindo. Canto bem alto. Danço. Abraço os restos das pessoas espalhados pelos restos da festa. Agora é a minha vez. Enquanto todos acabam de comemorar o final do ano, começo a comemorar o final da comemoração de final de ano. Ufa! Acabou! Acabou o Natal e o ano novo! Ufa! Agora que não precisa ser feliz, posso ser feliz em paz. Agora que não precisa ter energia, esbanjo minha falta de limite. Quero correr pela rua agora. Estamos todos vivos. Galeraaaaaa estamos vivooooos! Ufa! Acabou! Acabooooou! É isso. Não sei ser feliz com os finais que chegam. Mas sempre dou um jeito de me divertir quando sou eu que, apesar de tudo, chego até o fim

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Natureba



O clima de férias implica em tudo que você lerá dessa vez. Não venha correr os olhos neste texto achando que esse será mais um dos textos dedicados à amores sem sorte, ou uma desilusão banal e aditiva que todos temos nesta vida, pois não é. Eu mal quero saber. Vamos dizer de como me sinto melhor nessas últimas semanas. Muito melhor. E agora que entrou o verão, a tendência é só melhorar. Eu que amava o inverno com todas aquela neve imaginária que caia nos meus sonhos nas noites que beiravam os menores graus, sempre mais forte dos menores. Eu que sempre gostei de me congelar, de curtir o frio com aquela roupa toda e me esbaldando no meu chocolate quente. Isso é curtir um inverno? Eu deveria ter saído sem um terço dessa roupa toda naquele frio do caralho. O bom mesmo era estar com ele, junto, grudado, e quando ele dizia: "Eu vou alir pegar um vinho, já volto, tá?" Era como se eu disesse sem dizer que o frio iria me matar se ele não voltasse logo. O verão chegou... Ah, sabe a sensação mais pura de liberdade. É o que eu sinto. O sol transpassa minha pele e aquece todo meu interior sem nenhuma necessidade ou dificuldade. Como se a única coisa que eu realmente dependesse fosse do majestoso Sol e de mais ninguém. É como se o Sol falasse comigo:" Menina, calor humano nenhum poderá te aquecer melhor que eu, fique comigo, me aproveite antes que eu vá embora." E eu fico, claro. Passo a maior parte do tempo exposta a ele, como se fose a minha bateria. Quem iria precisar de mais alguma coisa? Eu não. Nada é maior que ela. Nenhum amor, nenhum desejo, nenhum plano, nenhuma sessão de meditação, acupuntura ou psicanálise. A natureza é soberana. Pobre da mente, das boas intenções e do resto todo que acha que manda alguma coisa. É ela quem me comanda. Não há nada comparado, nenhuma força maior. O bem estar não é clássico, não só tira da monótona vida urbana como dá a paz e sensação de liberdade. Espere. De que estamos falando? Desse lugar que defendo tanto com meus enormes dentes e unhas da cor pink. Como é triste e absurdo e solitário defender um lugar que não existe e que eu própria não tenho músculos e nem fé para suportar. Eu defendo o lugar do qual não pertenço, mas pra onde eu tenho eterna passagem comprada e cancelada e comprada e cancelada. Eu quero mesmo é personificar tudo isso. A espera de alguém que não vá embora, que aguente, que divida meu desespero ou apenas o suporte. A espera da pessoa que suba comigo e fique comigo lá em cima, me ensinando a viver lá de cima. A espera da pessoa que faça aqui embaixo ser algo tão bom que eu não precise mais brincar de assassina de tudo e de mim mesma. A espera da pessoa que não morra quando jogada da minha janela altíssima. E suba de novo. Ou não caia. Entenda que minha porrada não era para jogá-la do alto mas apenas porque estar no alto é se debater em tudo. E volte. E fique. E me deixe aqui embaixo. E me deixe aqui em cima. A espera eterna de mim mesma na versão que faz dar certo, quem sabe, no Sol. Que sempre será a única certeza, a certeza que voltará sempre pra mim. Ih, me desculpe... foi mais um texto dedicado aos meus amores sem sorte e à qualquer desilusãozinha banal dessa vida.